sábado, 9 de fevereiro de 2008

Muito longe do(a) Céu.


Achei por aqui uma Rolling Stone (agosto/2007). Depois de ler a única reportagem que parecia me interessar, mesmo sabendo que seria o mesmo lenga-lenga de sempre sobre o Guns n´Roses e o sai-não-sai do Chinese Democracy, resolvi me abrir a novos assuntos... Parei na página dedicada a uma entevista com Paula Toller e me surpreendi (o Kid Abelha pra mim sempre foi meio tedioso e nunca parei alguns segundos pra prestar atenção em alguma letra porque o som sempre me pareceu meio "contínuo", acompanhado inclusive da "contínua" feição dessa vocalista que aparece igual desde sempre). O fato é que ela já me conquistou quando disse: "Pensava em regravar coisas, depois achava um saco, ainda mais que agora está essa onda de todo mundo gravando muito chorinho, muito samba." Mulher, pensei, então você é das minhas. E então completa: "Nunca fui de seguir onda." Pronto. Isso já foi o suficiente pra eu pular pro final da revista e tecer as minhas comparações, pois, nada mais nada menos que 6 páginas da revista estavam sendo dedicadas à deusa intelectualóide dos últimos tempos: Céu (já começando pelo nome Maria do Céu, que por favor! Coisa mais "sublime", "casta" e "pura" não existe.) A "bichinha" é tão simples e humana que disse ser "muito capaz de sair pra rua" do jeito que acordou, pra comer "um pão na chapa com cafézinho". Cheguei a ficar emocionada com tamanha simplicidade e não aguentei nem chegar ao final da reportagem depois de tanta auto-promoção. O meu extremismo me impede de achar alguma graça em uma coisa tão sem-graça, pois em minha montanha-russa quando não tem Metallica, tem Edith Piaf, porque ambos conseguem ser tão intensos que passam a ser constrangedores e incomuns. E depois de tantas impressões, consigo identificar a mais evidente: Céu não caga.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

"você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida
com muito pouca
fricção de angústia.

eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.

eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o sono.

você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.

oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.

mas eles estão lá ...

e eu estou aqui."

- Charles Bukowski -

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008